O díscolo (Menandro): primeiro ato - prólogo
Nayane Araújo / O Díscolo - Menandro
- Created on 2025-05-08 11:19:41
- Modified on 2025-05-09 02:24:30
- Aligned by Nayane Araújo
Ἑλληνική
Português
Português
ΠΑΝ
τῆς Ἀττικῆς νομίζετ ' εἶναι τὸν τόπον ,
Φυλήν , τὸ νυμφαῖον δ ' ὅθεν προέρχομαι
Φυλασίων καὶ τῶν δυναμένων τὰς πέτρας
ἐνθάδε γεωργεῖν , ἱερὸν ἐπιφανὲς πάνυ .
τὸν ἀγρὸν δὲ τὸν ἐπὶ δεξί ' οἰκεῖ τουτονὶ 5
Κνήμων , ἀπάνθρωπός τις ἄνθρωπος σφόδρα
καὶ δύσκολος πρὸς ἅπαντας , οὐ χαίρων τ ' ὄχλωι
ὄχλωι λέγω ; ζῶν οὗτος ἐπιεικῶς χρόνον
πολὺν λελάληκεν ἡδέως ἐν τῶι βίωι
οὐδενί , προσηγόρευκε πρότερος δ ' οὐδένα 10
πλὴν ἐξ ἀνάγκης γειτνιῶν παριών τ ' , ἐμὲ
τὸν Πᾶνα · καὶ τοῦτ ' εὐθὺς αὐτῶι μεταμέλει ,
εὖ οἶδ ' . Ὅμως οὖν , τῶι τρόπωι τοιοῦτος ὤν
χήραν γυναῖκ ' ἔγημε , τετελευτηκότος
αὐτῆι νεωστὶ τοῦ λαβόντος τὸ πρότερον 15
ὑοῦ τε καταλελειμμένου μικροῦ τότε .
Ταύτηι ζυγομαχῶν οὐ μόνον τὰς ἡμέρας ,
ἐπιλαμβάνων δὲ καὶ τὸ πολὺ νυκτὸς μέρος ,
ἔζη κακῶς . θυγάτριον αὐτῶι γίνεται ·
ἔτι μᾶλλον . Ὡς δ ' ἦν τὸ κακὸν οἷον οὐθὲν ἂν 20
ἕτερον γένοιθ ' , ὁ βίος τ ' ἐπίπονος καὶ πικρός ,
ἀπῆλθε πρὸς τὸν ὑὸν ἡ γυνὴ πάλιν
τὸν πρότερον αὐτῆι γενόμενον . Χωρίδιον
τούτωι δ ' ὑπάρχον ἦν τι μικρὸν ἐνθαδὶ
ἐν γειτόνων , οὗ διατρέφει νυνὶ κακῶς 25
τὴν μητέρ ' , αὑτόν , πιστὸν οἰκέτην θ ' ἕνα
πατρῶιον . Ἤδη δ ' ἐστὶ μειρακύλλιον
ὁ παῖς ὑπὲρ τὴν ἡλικίαν τὸν νοῦν ἔχων ·
προάγει γὰρ ἡ τῶν πραγμάτων ἐμπειρία .
Ὁ γέρων δ ' ἔχων τὴν θυγατέρ ' αὐτὸς ζῆι μόνος 30
καὶ γραῦν θεράπαιναν , ξυλοφορῶν σκάπτων τ ' , ἀεὶ
πονῶν , ἀπὸ τούτων ἀρξάμενος τῶν γειτόνων
καὶ τῆς γυναικὸς μέχρι Χολαργέων κάτω
μισῶν ἐφεξῆς πάντας . Ἡ δὲ παρθένος
γέγονεν ὁμοία τῆι τροφῆι τις , οὐδὲ ἓν 35
εἰδυῖα φλαῦρον . Τὰς δὲ συντρόφους ἐμοὶ
Νύμφας κολακεύουσ ' ἐπιμελῶς τιμῶσά τε
πέπεικεν αὐτῆς ἐπιμέλειαν σχεῖν τινα
ἡμᾶς · νεανίσκον τε καὶ μάλ ' εὐπόρου
πατρὸς γεωργοῦντος ταλάντων κτήματα 40
ἐνταῦθα πολλῶν , ἀστικὸν τῆι διατριβῆι ,
ἥκοντ ' ἐπὶ θήραν μετὰ κυνηγέτου τινὸς
φίλου , κατὰ τύχην παραβαλόντ ' εἰς τὸν τόπον
ἔρωτ ' ἔχειν πως ἐνθεαστικῶς ποῶ .
Ταῦτ ' ἐστὶ τὰ κεφάλαια . Τὰ καθ ' ἕκαστα δὲ 45
ὄψεσθ ' ἐὰν βούλησθε · Βουλήθητε δέ .
Καὶ γὰρ προσιόνθ ' ὁρᾶν δοκῶ μοι τουτονὶ
τὸν ἐρῶντα τόν τε συγκυνηγέτην ἅμα ,
αὑτοῖς ὑπὲρ τούτων τι συγκοινουμένους .
τῆς Ἀττικῆς νομίζετ ' εἶναι τὸν τόπον ,
Φυλήν , τὸ νυμφαῖον δ ' ὅθεν προέρχομαι
Φυλασίων καὶ τῶν δυναμένων τὰς πέτρας
ἐνθάδε γεωργεῖν , ἱερὸν ἐπιφανὲς πάνυ .
τὸν ἀγρὸν δὲ τὸν ἐπὶ δεξί ' οἰκεῖ τουτονὶ 5
Κνήμων , ἀπάνθρωπός τις ἄνθρωπος σφόδρα
καὶ δύσκολος πρὸς ἅπαντας , οὐ χαίρων τ ' ὄχλωι
ὄχλωι λέγω ; ζῶν οὗτος ἐπιεικῶς χρόνον
πολὺν λελάληκεν ἡδέως ἐν τῶι βίωι
οὐδενί , προσηγόρευκε πρότερος δ ' οὐδένα 10
πλὴν ἐξ ἀνάγκης γειτνιῶν παριών τ ' , ἐμὲ
τὸν Πᾶνα · καὶ τοῦτ ' εὐθὺς αὐτῶι μεταμέλει ,
εὖ οἶδ ' . Ὅμως οὖν , τῶι τρόπωι τοιοῦτος ὤν
χήραν γυναῖκ ' ἔγημε , τετελευτηκότος
αὐτῆι νεωστὶ τοῦ λαβόντος τὸ πρότερον 15
ὑοῦ τε καταλελειμμένου μικροῦ τότε .
Ταύτηι ζυγομαχῶν οὐ μόνον τὰς ἡμέρας ,
ἐπιλαμβάνων δὲ καὶ τὸ πολὺ νυκτὸς μέρος ,
ἔζη κακῶς . θυγάτριον αὐτῶι γίνεται ·
ἔτι μᾶλλον . Ὡς δ ' ἦν τὸ κακὸν οἷον οὐθὲν ἂν 20
ἕτερον γένοιθ ' , ὁ βίος τ ' ἐπίπονος καὶ πικρός ,
ἀπῆλθε πρὸς τὸν ὑὸν ἡ γυνὴ πάλιν
τὸν πρότερον αὐτῆι γενόμενον . Χωρίδιον
τούτωι δ ' ὑπάρχον ἦν τι μικρὸν ἐνθαδὶ
ἐν γειτόνων , οὗ διατρέφει νυνὶ κακῶς 25
τὴν μητέρ ' , αὑτόν , πιστὸν οἰκέτην θ ' ἕνα
πατρῶιον . Ἤδη δ ' ἐστὶ μειρακύλλιον
ὁ παῖς ὑπὲρ τὴν ἡλικίαν τὸν νοῦν ἔχων ·
προάγει γὰρ ἡ τῶν πραγμάτων ἐμπειρία .
Ὁ γέρων δ ' ἔχων τὴν θυγατέρ ' αὐτὸς ζῆι μόνος 30
καὶ γραῦν θεράπαιναν , ξυλοφορῶν σκάπτων τ ' , ἀεὶ
πονῶν , ἀπὸ τούτων ἀρξάμενος τῶν γειτόνων
καὶ τῆς γυναικὸς μέχρι Χολαργέων κάτω
μισῶν ἐφεξῆς πάντας . Ἡ δὲ παρθένος
γέγονεν ὁμοία τῆι τροφῆι τις , οὐδὲ ἓν 35
εἰδυῖα φλαῦρον . Τὰς δὲ συντρόφους ἐμοὶ
Νύμφας κολακεύουσ ' ἐπιμελῶς τιμῶσά τε
πέπεικεν αὐτῆς ἐπιμέλειαν σχεῖν τινα
ἡμᾶς · νεανίσκον τε καὶ μάλ ' εὐπόρου
πατρὸς γεωργοῦντος ταλάντων κτήματα 40
ἐνταῦθα πολλῶν , ἀστικὸν τῆι διατριβῆι ,
ἥκοντ ' ἐπὶ θήραν μετὰ κυνηγέτου τινὸς
φίλου , κατὰ τύχην παραβαλόντ ' εἰς τὸν τόπον
ἔρωτ ' ἔχειν πως ἐνθεαστικῶς ποῶ .
Ταῦτ ' ἐστὶ τὰ κεφάλαια . Τὰ καθ ' ἕκαστα δὲ 45
ὄψεσθ ' ἐὰν βούλησθε · Βουλήθητε δέ .
Καὶ γὰρ προσιόνθ ' ὁρᾶν δοκῶ μοι τουτονὶ
τὸν ἐρῶντα τόν τε συγκυνηγέτην ἅμα ,
αὑτοῖς ὑπὲρ τούτων τι συγκοινουμένους .
Primeiro Ato
Prólogo
PÃ
( Saindo da gruta a ele dedicada ) Imaginem que o lugar da cena é File , na Ática ; a gruta das Ninfas , de onde estou saindo , é exatamente o santuário bem visível , pertencente aos fílásios , gente capaz de fazer crescer plantas nos rochedos desta região . Na propriedade ali à minha direita mora Cnêmon , homem cheio de rancor para com seus semelhantes , zangado com todo o mundo e inimigo da sociedade . Digo sociedade ? Ele já é um bocado velho ; pois bem , durante toda a sua existência ele nunca iniciou conversa alguma , nunca dirigiu a palavra primeiro a ninguém , a não ser para me reverenciar ( constrangido por nossa vizinhança ) quando passa diante de mim , Pã ; e ainda assim de má vontade , eu bem sei .
Com um temperamento assim ele casou com uma viúva , cujo marido morrera , deixando-lhe um filho de tenra idade . Não se contentando com discutir com ela o dia todo , ele ainda consumia assim a maior parte da noite ; viviam pessimamente . E tiveram uma filha ; foi ainda pior . Como a desventura deles ultrapassasse tudo que se pode imaginar , e sua vida fosse apenas sofrimento e amargura , a mulher voltou para junto do filho nascido do primeiro casamento . Este possuía uma pequena propriedade , aqui nos arredores ; é lá que ele hoje proporciona uma vida apertada à sua mãe , a si mesmo e a um único escravo , criado fiel deixado por seu pai . Esse rapaz já é um homenzinho e tem o espírito mais maduro que a idade . Nada como a experiência da vida para formar as pessoas .
Quanto ao velhote , vive sozinho com a filha e uma velha criada , carregando lenha , cavando a terra com a enxada , para cima e para baixo o tempo todo e detestando todo o mundo , por atacado , a começar aqui por seus vizinhos e sua mulher até o pessoal de Colarges , lá embaixo . A moça tomou-se o que seria de esperar de sua educação : ignora tudo que é ruim . O zelo com que ela se dedica à sua devoção e às homenagens às Ninfas , minhas companheiras , levou-nos a pensar em fazer alguma coisa por ela . Um rapaz cujo pai , muito rico , cultiva nesta região terra que valem milhões mas vive na cidade , veio caçar por aqui com um companheiro ; chegou a estas paragens por acaso e fiz com que ele começasse a perder a cabeça por ela . Aí estão as linhas gerais da ação . Os detalhes vocês verão , se quiserem . Mas é tempo de querer , pois parece que estou vendo aproximar-se o apaixonado com seu companheiro de caça ; eles estão conversando sobre o assunto .
( PÃ torna a entrar no santuário )
Prólogo
PÃ
( Saindo da gruta a ele dedicada ) Imaginem que o lugar da cena é File , na Ática ; a gruta das Ninfas , de onde estou saindo , é exatamente o santuário bem visível , pertencente aos fílásios , gente capaz de fazer crescer plantas nos rochedos desta região . Na propriedade ali à minha direita mora Cnêmon , homem cheio de rancor para com seus semelhantes , zangado com todo o mundo e inimigo da sociedade . Digo sociedade ? Ele já é um bocado velho ; pois bem , durante toda a sua existência ele nunca iniciou conversa alguma , nunca dirigiu a palavra primeiro a ninguém , a não ser para me reverenciar ( constrangido por nossa vizinhança ) quando passa diante de mim , Pã ; e ainda assim de má vontade , eu bem sei .
Com um temperamento assim ele casou com uma viúva , cujo marido morrera , deixando-lhe um filho de tenra idade . Não se contentando com discutir com ela o dia todo , ele ainda consumia assim a maior parte da noite ; viviam pessimamente . E tiveram uma filha ; foi ainda pior . Como a desventura deles ultrapassasse tudo que se pode imaginar , e sua vida fosse apenas sofrimento e amargura , a mulher voltou para junto do filho nascido do primeiro casamento . Este possuía uma pequena propriedade , aqui nos arredores ; é lá que ele hoje proporciona uma vida apertada à sua mãe , a si mesmo e a um único escravo , criado fiel deixado por seu pai . Esse rapaz já é um homenzinho e tem o espírito mais maduro que a idade . Nada como a experiência da vida para formar as pessoas .
Quanto ao velhote , vive sozinho com a filha e uma velha criada , carregando lenha , cavando a terra com a enxada , para cima e para baixo o tempo todo e detestando todo o mundo , por atacado , a começar aqui por seus vizinhos e sua mulher até o pessoal de Colarges , lá embaixo . A moça tomou-se o que seria de esperar de sua educação : ignora tudo que é ruim . O zelo com que ela se dedica à sua devoção e às homenagens às Ninfas , minhas companheiras , levou-nos a pensar em fazer alguma coisa por ela . Um rapaz cujo pai , muito rico , cultiva nesta região terra que valem milhões mas vive na cidade , veio caçar por aqui com um companheiro ; chegou a estas paragens por acaso e fiz com que ele começasse a perder a cabeça por ela . Aí estão as linhas gerais da ação . Os detalhes vocês verão , se quiserem . Mas é tempo de querer , pois parece que estou vendo aproximar-se o apaixonado com seu companheiro de caça ; eles estão conversando sobre o assunto .
( PÃ torna a entrar no santuário )
I acto
Pã
Suponham que este lugar é Filo , da Ática . O ninfeu ,
donde acabo de sair , santuário de grande fama , pertence aos
Filásios , esses que aqui até as pedras são capazes de cultivar .
Nesta quinta à direita vive Cnémon , um ser humano por demais
desumano , intratável para toda a gente . Não suporta
multidões . Multidões , digo eu ? Contando já um bom par de
anos , nunca na vida lhe deu prazer cavaquear com quem quer
que fosse , nunca é o primeiro a cumprimentar ninguém , a não
ser por necessidade de vizinhança , quando passa junto de mim ,
o deus Pã . E até disso se arrepende no mesmo instante , bem
sei . Pois com um feitio destes , foi casar com uma mulher viúva ,
a quem o primeiro marido , falecido há pouco , tinha deixado
um filho ainda pequeno . Eram brigas de dia , discussões até
altas horas da noite . . . uma vida infernal . Nasce-Ihe uma
filhita . Pior ainda . Quando aquela desgraça ultrapassou
todos os limites e a vida se tornou penosa e amarga , a mulher
foi juntar-se ao filho , que tinha tido do primeiro casamento .
Este era dono de uma quintarola pequena , aqui nas vizinhanças ,
e é dela que agora sustenta , com dificuldades , a mãe ,
ele próprio e um único servo fiel do tempo do pai . O rapaz
já é um moço com uma maneira de pensar acima da idade .
A experiência da vida amadurece . Quanto ao velho , vive só
Com a filha e uma criada idosa , a acartar lenha , a cavar , numa
luta constante , detestando todos sem excepção , a começar aqui
nos vizinhos e na mulher até aos Colarges , lá em baixo .
A moça corresponde à educação que teve , numa ignorância
perfeita do que seja maldade . Com a sua solicitude e cuidado
em venerar as Ninfas que vivem comigo , convenceu-nos a tomá-la
sob a nossa protecção . Ora um rapaz , filho de pai abastado ,
que cultiva aqui umas propriedades que valem uns bons talentos ,
habituado à vida da cidade , vem à caça com outro
caçador , trazido pelo destino para este lugar . Provoco nele
como que uma inspiração divina . Estas são as linhas gerais ,
os pormenores irão vê-los , se quiserem - e deven querê-lo .
É que me parece que vejo aproximar-se o enamorado em pessoa ,
com o companheiro de caça , a confidenciarem entre si alguma
coisa sobre o assunto .
Pã
Suponham que este lugar é Filo , da Ática . O ninfeu ,
donde acabo de sair , santuário de grande fama , pertence aos
Filásios , esses que aqui até as pedras são capazes de cultivar .
Nesta quinta à direita vive Cnémon , um ser humano por demais
desumano , intratável para toda a gente . Não suporta
multidões . Multidões , digo eu ? Contando já um bom par de
anos , nunca na vida lhe deu prazer cavaquear com quem quer
que fosse , nunca é o primeiro a cumprimentar ninguém , a não
ser por necessidade de vizinhança , quando passa junto de mim ,
o deus Pã . E até disso se arrepende no mesmo instante , bem
sei . Pois com um feitio destes , foi casar com uma mulher viúva ,
a quem o primeiro marido , falecido há pouco , tinha deixado
um filho ainda pequeno . Eram brigas de dia , discussões até
altas horas da noite . . . uma vida infernal . Nasce-Ihe uma
filhita . Pior ainda . Quando aquela desgraça ultrapassou
todos os limites e a vida se tornou penosa e amarga , a mulher
foi juntar-se ao filho , que tinha tido do primeiro casamento .
Este era dono de uma quintarola pequena , aqui nas vizinhanças ,
e é dela que agora sustenta , com dificuldades , a mãe ,
ele próprio e um único servo fiel do tempo do pai . O rapaz
já é um moço com uma maneira de pensar acima da idade .
A experiência da vida amadurece . Quanto ao velho , vive só
Com a filha e uma criada idosa , a acartar lenha , a cavar , numa
luta constante , detestando todos sem excepção , a começar aqui
nos vizinhos e na mulher até aos Colarges , lá em baixo .
A moça corresponde à educação que teve , numa ignorância
perfeita do que seja maldade . Com a sua solicitude e cuidado
em venerar as Ninfas que vivem comigo , convenceu-nos a tomá-la
sob a nossa protecção . Ora um rapaz , filho de pai abastado ,
que cultiva aqui umas propriedades que valem uns bons talentos ,
habituado à vida da cidade , vem à caça com outro
caçador , trazido pelo destino para este lugar . Provoco nele
como que uma inspiração divina . Estas são as linhas gerais ,
os pormenores irão vê-los , se quiserem - e deven querê-lo .
É que me parece que vejo aproximar-se o enamorado em pessoa ,
com o companheiro de caça , a confidenciarem entre si alguma
coisa sobre o assunto .